A reforma tributária é uma das maiores mudanças econômicas no Brasil das últimas décadas, prometendo simplificar o sistema de arrecadação e reduzir a burocracia. No entanto, essa simplificação também implica em ajustes de alíquotas que podem impactar os preços de produtos e serviços. Embora algumas categorias tenham benefícios como isenção ou redução de impostos, outras podem enfrentar aumentos significativos, afetando diretamente o bolso do consumidor e a dinâmica do mercado.
Ao longo deste artigo, abordamos os itens e serviços que poderão sofrer alta nos preços com a implementação da reforma tributária e explica como essas mudanças podem influenciar o dia a dia das pessoas.
A implementação da reforma tributária trará mudanças significativas na estrutura de cobrança de impostos, com impactos diretos sobre o preço de diversos produtos e serviços. Embora a proposta tenha como objetivo simplificar o sistema tributário, a aplicação de novas alíquotas e a criação de impostos seletivos devem levar a aumentos em várias categorias de consumo.
Produtos e serviços com maior risco de aumento com a reforma tributária
A seguir, apresentamos os principais itens e setores que podem registrar alta nos preços devido às mudanças tributárias:
Categoria
Veículos O aumento no custo de fabricação e o impacto do Imposto Seletivo devem elevar os preços de carros, motocicletas e até veículos elétricos.
Bebidas alcoólicas A incidência do Imposto Seletivo, focado em produtos nocivos, deve impactar o preço de cervejas, vinhos, destilados e outras bebidas alcoólicas.
Bebidas açucaradas Refrigerantes e sucos com alto teor de açúcar serão penalizados, como parte de uma estratégia para desestimular o consumo desses itens.
Produtos de luxo Embarcações, aeronaves, joias e outros bens de alto valor devem ser impactados pelas novas alíquotas focadas em produtos de maior poder aquisitivo.
Jogos de azar e apostas Serviços como apostas online e jogos de azar passarão a ter tributações específicas, elevando o custo de participação para o consumidor.
Confira a LEI COMPLEMENTAR Nº 214, que regulamentou para da reforma tributária
Impacto nos setores econômicos
Abaixo, listamos alguns setores que devem ser impactados diretamente pela reforma tributária:
Indústria automobilística: A produção e venda de veículos podem ser afetadas tanto pelo aumento nos tributos quanto pela queda da demanda devido aos preços mais elevados.
Entretenimento: Serviços como streaming, apostas e eventos presenciais podem se tornar menos acessíveis para o consumidor final.
Como o consumidor pode se preparar?
Com o aumento previsto nos preços em função da reforma tributária, consumidores podem adotar algumas estratégias para minimizar os impactos:
Planejar compras de bens duráveis: Antecipar a aquisição de produtos que terão alta tributação, como veículos ou eletrônicos, pode ser uma forma de economizar.
Reduzir o consumo de itens impactados pelo Imposto Seletivo: Bebidas alcoólicas, refrigerantes e produtos de luxo podem ser consumidos com moderação para evitar gastos elevados.
Monitorar promoções e descontos: Buscar oportunidades de compra durante períodos promocionais pode ajudar a compensar os efeitos da reforma tributária.
A reforma tributária trará mudanças práticas que resultam em aumento de preços em várias categorias. Produtos de luxo, veículos e itens associados ao Imposto Seletivo serão os mais afetados, exigindo do consumidor maior atenção ao planejamento financeiro. Por outro lado, o mercado deve buscar alternativas para atrair o público, o que pode resultar em promoções e ajustes na oferta para manter a competitividade.
O que vai mudar com a reforma tributária?
A reforma tributária representa uma transformação profunda no sistema de arrecadação de impostos no Brasil, com foco em simplificação e justiça fiscal. No entanto, essas mudanças impactam não apenas as empresas, mas também os consumidores, que poderão sentir as alterações diretamente no preço de bens e serviços. Aqui estão os principais pontos de mudança trazidos pela reforma e seus efeitos diretos.
Unificação de impostos
Uma das principais mudanças da reforma tributária é a unificação de cinco tributos diferentes em dois novos impostos:
Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS): Substitui os tributos federais IPI, PIS e Cofins.
Imposto sobre Bens e Serviços (IBS): Unifica os tributos estaduais e municipais ICMS e ISS.
Essa nova estrutura elimina a complexidade de múltiplas alíquotas em diferentes regiões do país e busca simplificar o cálculo e a cobrança dos impostos.
Imposto Seletivo
O Imposto Seletivo será aplicado sobre produtos considerados nocivos à saúde ou ao meio ambiente. Esses itens terão uma tributação adicional, o que poderá torná-los mais caros. Exemplos incluem:
Bebidas alcoólicas.
Refrigerantes e sucos açucarados.
Tabaco.
Produtos de luxo, como veículos de alto padrão, embarcações e aeronaves.
Embora o objetivo seja desestimular o consumo de determinados produtos, essa medida deve causar aumento nos preços finais.
Alíquotas padrão e diferenciadas
A reforma estabelece uma alíquota padrão de 26,5%, mas há exceções para categorias específicas:
Isenção de impostos: Produtos da cesta básica, medicamentos oncológicos e dispositivos médicos terão alíquota zero.
Redução de 60% nas alíquotas: Serviços de saúde, educação e alguns alimentos industrializados, como massas e óleos vegetais, terão uma carga tributária reduzida.
Essas mudanças buscam equilibrar a carga tributária para diferentes segmentos, mas também podem redistribuir os custos entre setores.
Impactos para empresas e consumidores
As empresas deverão se adequar ao novo sistema de impostos, o que pode incluir investimentos em tecnologia e mudanças no gerenciamento fiscal. Esses custos adicionais podem ser repassados ao consumidor final. Além disso:
A simplificação tributária promete reduzir a burocracia, beneficiando a competitividade das empresas.
Para o consumidor, os preços de alguns itens podem aumentar devido ao repasse da carga tributária ajustada.
Transição gradual
A reforma será implementada de forma escalonada, com um período de transição que começa em 2026 e vai até 2033. Durante esse tempo, os antigos tributos e os novos impostos coexistirão, permitindo que empresas e consumidores se adaptem progressivamente às mudanças.
A reforma tributária promete simplificar o sistema tributário brasileiro e torná-lo mais justo, mas também traz desafios. A unificação de impostos e a introdução de alíquotas seletivas devem impactar os preços de produtos e serviços, exigindo adaptação por parte das empresas e maior planejamento financeiro dos consumidores. Embora as mudanças visem benefícios de longo prazo, o impacto no curto prazo será sentido por todos os setores da economia
Anderson Mello